REVISTA MÉTODO ZELENY: TECNOLOGIA DE GESTÃO EXECUTIVA
Reconhecimento Interespacial
Revista Método Zeleny: Tecnologia de Gestão Executiva
A acreditação do Método Zeleny por uma das mais renomadas instituições de pesquisa e tecnologia no mundo.
Reconhecimento Interespacial, Parte 2
INTEGRAÇÃO SOCIAL
Entende-se por integração social o nível de associação psicológica entre os membros de uma equipe. Diferenças superficiais e profundas entre os integrantes podem afetar a integração social, o que, por sua vez, tende a prejudicar o bem-estar e desempenho da equipe. Entre os incidentes críticos do Programa Shuttle-Mir, problemas interpessoais foram classificados como o principal entre os astronautas americanos.
É provável que as questões relacionadas com a compatibilidade interpessoal tornem-se mais aparentes ao longo do tempo. “O efeito da compatibilidade psicológica surge após aproximadamente um mês de permanência em condições de isolamento de grupo. Quanto mais longo o voo, mais fortemente o efeito aparece” conforme os registros no diário de um cosmonauta. Outro relato expõe que “a coisa mais difícil durante o voo é manter boas relações com a tripulação de terra e entre a tripulação”. Alienação, afastamento de indivíduos do grupo e surgimento de subgrupos são manifestações típicas de distúrbios na integração social. Nos ambientes considerados LSDE e análogos, os problemas registrados abrangem desde a formação de subgrupos, alienação até a designação de bodes expiatórios. A constituição de subgrupos nem sempre sinaliza adversidades, no entanto, traz fortes indícios que comprometem o sucesso da missão nos ambientes relatados.
Em equipe de trabalho na Antártida, relatou-se oscilação elevada de temperamento emocional, em algumas bases das estações de pesquisa. A formação de subgrupos resultava na variação de apoio fornecida entre membros das equipes. Em uma tripulação LSDE, caso um subconjunto já esteja familiarizado entre si (por experiências anteriores diversas), é mais provável que ocasione divisões. Isso aconteceu em pequenas unidades da Marinha Norueguesa, em que a familiaridade estava ligada ao desenvolvimento da coesão do grupo. Em outro caso, é documentado um intenso conflito em uma tripulação confinada durante dois anos no Biosfera 2 – resultado de cisão do grupo. A fragmentação da tripulação também ocorreu durante a simulação MARS-105 – nessa ocasião, fruto de valores compartilhados entre os tripulantes. Já no Simulation of Flight of International Crew on Space Station (SFINCSS’99) o conflito entre subgrupos resultou na ausência de comunicação entre os grupos durante um mês: os grupos fecharam a escotilha para impedir qualquer tipo de contato. Outra situação narra os problemas da relação “anfitrião-convidado” ilustração associada ao atraso no desempenho e aumento da tensão. Missões russas constataram o efeito da familiaridade em torno das relações “anfitrião-convidado” ao relacionar novos tripulantes com os demais permanentes dos projetos.
Sintoma adicional relativo à fraca integração social das tripulações é resumido à designação da figura do bode expiatório. O uso desse mecanismo deriva do sentimento de isolamento, tal como relatado em expedições na Antártida e simulações em câmaras espaciais. O alvo dos bodes expiatórios é os membros isolados, normalmente por apresentarem ideias divergentes ao restante do grupo. Na missão Salyut 6, realizada na estação espacial soviética, um astronauta checo sentiu-se excluído socialmente e revelou ter sido impedido de trabalhar pelo resto da tripulação russa. Por sua vez, cosmonautas russos alegaram preocupação com o visitante com a possibilidade de ele cometer alguma falha operacional. Registra-se também isolamento da mesma natureza nas expedições à Antártida, neste caso, devido às diferenças culturais e linguísticas. As consequências destas ações podem ser fatais para a saúde mental do tripulante, haja vista episódios de insônia, agitação e até depressão segundo os registros averiguados.
Os resultados dos experimentos expostos identificam problemas mediante a perspectiva da integração social para explorar como as diferenças entre os membros impactam a dinâmica geral do grupo. Uma vez que são limitadas as informações disponíveis acerca da nomeação direta e indireta de membros das equipes e compatibilidade de atributos, é reconhecida pela própria NASA a necessidade de desenvolvimento adicional ao tópico.
Como alternativa para o tratamento dos problemas indicados, o Método Zeleny oferece o mapeamento da dinâmica do grupo, ao se concentrar nas relações entre os membros ao invés de atributos específicos de cada um deles. Esse olhar amplo em torno do encadeamento dos tripulantes, além das características individuais, torna viável a composição de equipes em torno do mesmo objetivo, no caso, o sucesso nas missões de longa duração.
O Social Adjustment Index mede a posição de cada indivíduo com relação ao grupo. O índice transmite o nível de ajuste do membro, permite trabalhar com características a serem identificadas ou desenvolvidas de forma complementar e de acordo com as necessidades das tarefas. Os resultados do mapeamento ajustam membros desalinhados e demonstram comportamentos nocivos ao restante do grupo. Neste particular, o Social Adjustment Index desvenda quais tripulantes apontam membros por razões de conveniência pessoais em vez de buscar otimizar o desempenho. Adicionalmente, o índice transparece subgrupos fraudulentos: escolhas e rejeições que privilegiam membros para separar “protegidos” e fatalmente estimular os problemas indicados na seção anterior.
De crítica importância para os esforços de pesquisa e desenvolvimento, o NASA Scientific and Technical Information Program (STI) é o programa encarregado de coletar e organizar informações para o repositório de pesquisa da NASA. Abrange mais de 4,3 milhões de registros de metadados e mais de 500 mil documentos.
O Programa NASA STI adota o Scientific, Technical and Research Information discoVEry System (STRIVES) para padronizar envio, revisão e aprovação de informação técnica em todos os 10 centros de campo da NASA.
Diversos modelos visam somente a combinação de atributos para estudar o funcionamento das equipes. Entre eles, a abordagem relacional considera os níveis de homogeneidade ou heterogeneidade de cada membro com o delineamento geral da equipe. Essa preparação é realizada a fim de prever processos e desempenho em nível individual. Tal abordagem examina especificamente a integração social, e o seu uso é restrito ao membro da equipe (vértice). Já o Social Adjustment oferece a medida em nível da equipe, o que permite a análise além da esfera individual. A ausência do mapeamento pode ocasionar situações de manipulação entre indivíduos para a formação de divisões com propósito discordante das diretrizes da empresa. Em situações organizacionais típicas, a existência de comportamento de atuação onde indivíduos disfarçam suas escolhas a fim de obter vantagens pessoais são nitidamente revelados por intermédio do índice. Isso ocorre por dois fatores. Primeiro, na pontuação específica do índice (comparação do grupo com subgrupo). E, segundo, pelos próprios princípios da Sociometria, em que o participante é preparado e motivado a responder sobre suas preferências de forma honesta. Tal característica foi incorporada à Tecnologia Zeleny como aspecto fundamental para obter precisão na pontuação final.
A NASA busca maximizar o desempenho das equipes tendo em vista a minimização da ocorrência de erros prováveis nas missões. Uma vez que atuam em ambientes confinados e potencialmente perigosos e estima-se que o período das missões cause impacto significativo na relação entre os tripulantes, tanto de natureza psíquica, ou seja, na dinâmica da tripulação, quanto em aspectos táticos, pela coordenação geral das atividades. Tais elementos podem dificultar o desempenho da equipe – de forma análoga aos ambientes corporativos contemporâneos – mapeados a partir dos mecanismos do Método Zeleny.
Para citar:
CONCER, R. (2024) Revista Método Zeleny: Tecnologia de Gestão Executiva. Relatório Anual. Disponível em https://www.ronaldconcer.com/